domingo, 31 de janeiro de 2010

Ecossistemas brasileiros ameaçados pelo plantio de eucalipto

Os incidentes que acontecem em todo o Estado de São Paulo envolvendo os excessos pluviométricos batem cada vez mais recordes. Eventos similares já ocorreram no Estado como nas encostas da Serra do Mar em São Paulo durante a década de 50 aonde toneladas de lama vieram a baixo em consequência das fortes chuvas que atingiam toda a região sudeste. A solução proposta e implementada para resolver o problema em médio prazo envolveu o plantio do eucalipto, espécie endêmica dos países da Oceania.

Manipular espécies oriundas de outras regiões em seu território não é uma das tarefas mais fáceis. Assim como a introdução de sapos cururus brasileiros em solo australiano quase dizimou a população de crocodilos locais envenenados ao se alimentarem do sapo, o plantio sem limites de eucalipto no Brasil vem causando danos aos ecossistemas que quase como uma praga torna os solos ressecados acabando com a disponibilidade hídrica de outras espécies vegetais na mesma região e por consequência toda uma vida.

O eucalipto possui extensas raízes em função da busca por água nas profundidades dos solos secos de seu continente de origem. É uma espécie extremamente tóxica para populações de animais e a única espécie adaptável e que se alimenta é o koala, originário no mesmo continente. Usar o eucalipto como forma de sustentar o solo encharcado foi um erro que deu certo, não houve problemas com encostas onde a espécie foi plantada, mas sim uma sequência de desastres aonde a espécie nunca deveria ter chegado.

Substituição de florestas
Hectares inteiros de florestas devastadas vêm sendo transformadas em florestas de eucalipto conhecidas como desertos verdes. A expressão deserto é em função da ausência de outras espécies vegetais e da fuga de animais que não podem competir por água e se alimentar do eucalipto.

Esgotamento hídrico do solo
É uma das causas do empobrecimento do solo na área de plantio do eucalipto, pois a espécie suga a água disponível e suas raízes alcançam grandes profundidades e se alastram sendo difícil a retirada da espécie uma vez plantada.

Morte de espécies
Enquanto empobrece o solo o eucalipto plantado em áreas de florestas onde já existe uma vegetação como foi o caso da Serra do Mar, causa a morte de outras espécies devido o grande volume de água absorvido e a queda da qualidade do solo.

Fuga de faunas
Não há vida onde há eucalipto, não em um país como o Brasil. Não há pássaros nela como estamos acostumados a ver em outras florestas. Além da flora ameaçada, o plantio dessa espécie espanta as faunas. É uma sequência de desastres.

Mas há quem defenda a espécie por considerá-la um motor da economia brasileira já que o crescimento é rápido e serve para as indústrias do papel e celulose, lenha, siderúrgicas, entre outros. Ao meu ver é discurso de capitalista, o plantio não tem limites de áreas, transformam a possibilidade de restauração das nossas florestas devastadas em silvicultura, florestas inteiras plantadas e que não representam nada para os ecossistemas a não ser destruição.

Sugestão de leitura

Nossa florestas viraram Parques e Unidades de Conservação

World